Durante os fins de semana, Bio adora passear na casa da vovó, que fica em uma cidade do interior. Depois de saborear deliciosos bolos e doces que a avó preparou para ele, o garoto resolveu brincar na rua com seus primos. Observando os fios da rede elétrica, Bio descobriu algo, no mínimo, curioso.
“O que são esses matinhos pendurados nos fios?”, pensou o menino.
Bio foi perguntar aos seus pais como aquelas plantinhas podiam nascer em um lugar tão inusitado, mas eles não souberam explicar como isso era possível. Na segunda-feira, o garoto resolveu levar sua dúvida à professora de Biologia. Veja o que ela respondeu:
“Bio, existem plantas que não dependem de terra para sobreviver. Elas são chamadas de epífitas e entre as espécies mais comuns podemos citar as bromélias e as orquídeas. As epífitas fixam suas raízes em outras plantas, que servem como suporte, e possuem mecanismos para absorver nutrientes e água sem precisar do solo.
Essa capacidade de sobreviver longe da terra permite que as epífitas apareçam em lugares diversos, como a copa ou o tronco das árvores, a superfície de rochas e até mesmo frestas de fios de alumínio da rede de energia elétrica. No caso desses fios, é comum vermos plantas com folhas de coloração acinzentada, que são bromélias do gênero Tillandsia. Elas possuem tricomas, ou seja, um tipo de pelo modificado, na superfície das folhas, que ajudam a retirar do ar e da poeira a água e os nutrientes de que essas plantas precisam para sobreviver. Os tricomas também reduzem os efeitos da radiação solar, evitando assim que a planta perca água.
Tricomas (pelos modificados) na superfície das folhas de Tillandsia
Em ambientes mais secos, as espécies de Tillandsia possuem um mecanismo diferente para fazer a fotossíntese. Elas abrem os estômatos, que são um tipo de poro, para absorver o dióxido de carbono somente durante a noite, o que diminui a perda de água.
As sementes das Tillandsia são leves e também possuem tricomas, que neste caso ajudam-nas a voar longas distâncias e chegar até os fios da rede elétrica. Embora possam germinar e se estabelecer nos fios, estudos demonstraram que há alta taxa de mortalidade e baixa taxa de crescimento de novas plantas nesses ambientes, principalmente pela falta de água, já que os fios não acumulam água da chuva, e porque as plantas ficam muito expostas à ação dos ventos e do sol.”
Bio ficou muito feliz em entender como essas plantinhas conseguem sobreviver em um ambiente tão diferente.
Fonte: Profª Ingrid Koch (Departamento de Biologia - UFSCar Sorocaba)
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