quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BACURI

BACURI

Algumas frutas da Amazônia, como guaraná, açaí e cupuaçu, já são conhecidas em outras partes do país e até no exterior, mas outras são consumidas apenas pela população local. Entre as que começam a ganhar mercado fora da região está o bacuri, do qual é extraída uma polpa usada para fazer sorvetes, doces, sucos e outros produtos. A maior procura por essa fruta já supera a capacidade de produção atual, essencialmente extrativa, mas estudos mostram que essa situação pode ser modifi cada com a adoção do cultivo e do manejo de plantas originadas da regeneração natural da espécie, que geraria renda e emprego e permitiria a recuperação parcial de extensas áreas desmatadas e abandonadas.

Alfredo Homma, José Edmar Urano de Carvalho e Antônio José Elias Amorim de Menezes Embrapa Amazônia Oriental, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
 
 
 
bacuri é uma das frutas mais populares da região amazônica. Essa fruta, pouco maior que uma laranja, contém polpa agridoce rica em potássio, fósforo e cálcio, que é consumida diretamente ou utilizada na produção de doces, sorvetes, sucos, geleias, licores e outras iguarias. Sua casca também é aproveitada na culinária regional e o óleo extraído de suas sementes é usado como anti-inflamatório e cicatrizante na medicina popular e na indústria de cosméticos. O bacurizeiro (Platonia insignis) pode atingir mais de 30 m de altura, com tronco de até 2 m de diâmetro nos indivíduos mais desenvolvidos. Sua madeira, considerada nobre, também tem variadas aplicações. Essa árvore ocorre naturalmente desde a ilha de Marajó, na foz do rio Amazonas, até o Piauí, seguindo a costa do Pará e do Maranhão.

O bacurizeiro é uma das poucas espécies arbóreas da Amazônia que se reproduzem de modo tanto sexuado (por meio de sementes) quanto assexuado (por brotações oriundas de raízes). Em áreas de ocorrência natural, com vegetação aberta, a densidade de indivíduos em início de regeneração pode chegar a 40 mil por hectare (1 ha equivale a uma área de 100 m x 100 m), por causa das brotações.
 
Por esse motivo, o caboclo amazônico diz que o  “bacurizeiro nasce até dentro de casa”. A produção atual de polpa de bacuri tem origem basicamente na coleta dos frutos de árvores oriundas de regeneração natural, que escaparam da expansão de povoados, do avanço da agricultura e da pecuária e da extração madeireira no litoral do Pará e do Maranhão nos últimos quatro séculos. No passado, o bacurizeiro foi mais importante como espécie madeireira que como planta frutífera. Sua madeira resistente e de coloração bege-amarelada era muito utilizada na construção de embarcações e de casas, o que ainda é observado em muitas áreas de ocorrência natural.

O mercado de frutas amazônicas tinha, até recentemente, consumo local e restrito ao período da safra, mas a crescente exposição da região nos meios de comunicação, no país e no exterior, sobretudo após o assassinato do ambientalista Chico Mendes (1944-1988), chamou a atenção para esses produtos.

O aumento da procura pela polpa de bacuri elevou seu valor (o preço por quilo passou de R$ 10, em 2005, para até R$ 20 atualmente) e indicou que a produção extrativa não tem condições de atender sequer o mercado local. Essa maior pressão de demanda teve reflexos nas áreas de ocorrência, induzindo o manejo dos rebrotamentos naturais e o estabelecimento  de pomares por agricultores do Pará, em especial da colônia nipo-brasileira no estado. O bacuri, que era uma das “comidas do mato” de Macunaíma, o “herói sem nenhum caráter” do romance modernista (1928) de Mário de Andrade (1893-1945), prepara-se para seguir o caminho de castanha-do-brasil, guaraná, açaí, cupuaçu e pupunha, ganhando dimensão nacional e internacional.
 
 
O bacurizeiro na história

O primeiro relato conhecido sobre o bacuri está no livro História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão, escrito pelo frade francês Claude d’Abbeville (?-1632) e publicado em 1614. Sua descrição da espécie, grafada como “pacuri”, é a seguinte: “O pacuri é uma árvore muito alta e grossa, suas folhas parecem-se com as da macieira e a flor é esbranquiçada. O fruto tem o tamanho de dois punhos, com uma casca de meia polegada muito boa de comer como doce, tal qual a pera. A polpa desse fruto é branca, parecida com a da maçã, de gosto suave; encontram-se dentro quatro nozes comestíveis”.

Outro religioso, o padre jesuíta João Daniel (1722-1776), que viveu na Amazônia entre 1741 e 1757, descreveu o bacuri. A partir de 1757 e até sua morte, o padre ficou preso em Portugal – no período da caça aos jesuítas promovida por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês do Pombal (1699-1782) – e, na prisão, escreveu um enorme tratado sobre a região amazônica, Tesouro descoberto no rio Amazonas, onde fez detalhadas observações:

“A fruta bacuri, posto que tenha seus senões, também merece sua menção, pelo seu excelente gosto. A sua árvore é famosa de grande, e também o fruto é de bom tamanho... Tem a casca grossa, e para dar a casca, e se abrir a fruta, quer maço, ou requer se dar com ela em uma pedra, ou pau; ... porque tudo são caroços vestidos ou revestidos de uma felpa por modo de algodão muito alva... É esta uns gomos da mesma massa, que serve de divisão aos caroços. (...) Costumam pois os moradores, quebrada a fruta, separar com um garfo esses gomos intermédios para um prato, e se o querem cheio é necessário quebrar mais fruta; mas no seu superlativo gosto pagam muito bem o trabalho em as quebrar, e suprem a sua pouquidade: falo das doces, em que sempre há algum tal ou qual ácido; e tão tenros os gomos, que parecem nata, ou manteiga.”

O Ensaio corográfico sobre a província do Pará, livro em que o militar e geógrafo português Antônio Ladislau Monteiro Baena (1782-1850) descrevia a geografia, os recursos naturais e a população paraenses, publicado em 1839, também destacou a importância do bacurizeiro, “árvore que dá fruta agridoce”. Segundo Baena, a espécie “tem casca acitrinada e semelhante à do piquiá” e seu lenho “serve na construção náutica”. Um fato curioso sobre a fruta é relatado pelo escritor paraense Osvaldo Orico (1900-1981) em seu livro Cozinha amazônica: uma autobiografia do paladar, de 1972: o diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), o barão do Rio Branco, famoso pela solução dos problemas de fronteira do Brasil com os países vizinhos, adotou o bacuri como sobremesa nos grandes banquetes oficiais do palácio do Itamarati, no Rio de Janeiro, em sua gestão (1902 a 1912) como ministro das Relações Exteriores. Sabe-se ainda que, em 1968, em visita ao Brasil, a rainha Elizabeth II, da Grã-Bretanha, ficou encantada com o sorvete de bacuri preparado por uma confeitaria do Rio de Janeiro, razão de diversas encomendas posteriores.

Extrativismo, manejo e plantio

A coleta dos frutos é feita principalmente em bacurizeiros que crescem naturalmente ou em áreas com brotações espontâneas manejadas. Mais recentemente, a espécie começou a ser cultivada por meio de mudas. Em florestas primárias, o bacurizeiro ocorre em baixa densidade, em geral inferior a 1 indivíduo/ha. É uma árvore social, que forma agrupamentos de seis a oito indivíduos, distantes cerca de 30 a 40 m entre si. Na vegetação secundária de terra firme podem ocorrer maciços quase homogêneos, com mais de 200 indivíduos adultos/ha, o que sugere que em tempos passados algum tipo de manejo foi efetuado para favorecer o estabelecimento e o crescimento dos bacurizeiros.

O manejo consiste em selecionar as brotações mais vigorosas que nascem em áreas agrícolas abandonadas, mantendo 10 m de distância entre elas e eliminando as demais. Os únicos cuidados posteriores são roçagens nos primeiros anos de crescimento (para evitar a competição com o mato) e depois em torno de árvores adultas, na época de frutifi visualcação (para facilitar a coleta dos frutos). A primeira produção de frutos ocorre de cinco a sete anos após o início do manejo. É necessário, nas áreas manejadas, evitar que queimadas efetuadas em terrenos próximos cheguem ao bacurizal, pois a espécie é bastante sensível ao fogo.

Avaliações feitas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no nordeste do Pará e na ilha de Marajó evidenciaram que muitos agricultores têm feito o manejo de maneira inadequada, deixando as árvores muito próximas uma das outras, o que implica baixa produção de frutos. Não é raro encontrar bacurizais manejados com número de árvores/ha quatro a cinco vezes superior ao recomendado (de 100 a 120 plantas/ha). Essa elevada densidade é um dos fatores responsáveis pela baixa produtividade de frutos, pois as árvores crescem muito em altura, sem alargar a copa.

A notável capacidade de reprodução do bacurizeiro por brotações oriundas de raízes facilita o manejo, mas pode trazer um problema: todos os indivíduos de uma área de 1 ha, por exemplo, podem se originar da mesma planta-mãe, não havendo variabilidade genética. Isso é prejudicial porque o bacurizeiro, como outras espécies arbóreas amazônicas (entre elas o cupuaçuzeiro e a castanheira-do-brasil), apresenta autoincompatibilidade genética, ou seja, as flores não se convertem em frutos quando a flor que fornece o pólen é da mesma planta que a flor que o recebe. Assim, os clones rebrotados da mesma planta-mãe também seriam incompatíveis, o que inviabilizaria a produção de frutos ou a tornaria dependente de pólen vindo de longe. Os polinizadores principais são pássaros de diferentes espécies, e o principal atrativo para eles é o néctar produzido em abundância (até 5 mililitros de néctar por dia) pela flor do bacurizeiro.

Uma estratégia recomendada para assegurar a variabilidade genética em bacurizais manejados é a de introduzir diferentes clones na área, o que pode ser feito por meio de enxertos (de outra origem) em indivíduos locais ou do plantio de mudas trazidas de outras regiões.

O crescimento do mercado de bacuri está expandindo o plantio com plantas obtidas de sementes. Essas plantas demoram, em média, 10 anos para produzir os primeiros frutos, mas crescem mais rápido que mudas enxertadas e têm, quando adultas, tronco retilíneo, permitindo o aproveitamento da madeira. Mudas enxertadas, ao contrário, dificultam o uso da madeira, mas começam a produzir mais cedo, entre quatro e cinco anos. É importante, porém, escolher (para os enxertos) espécimes com frutos de qualidade superior, em especial quanto à proporção de polpa, que deve ser de no mínimo 18% do peso do fruto.
 
Crendices populares

Os agricultores amazônicos adotam diversas práticas, sem comprovação científica, visando aumentar a produção de frutos de bacurizeiros ‘vadios’, ou seja, os que têm floração abundante, mas reduzida frutificação. Entre elas estão as de efetuar cortes na casca e remover pequenas porções desta  inserir pregos nos troncos, pendurar garrafas com água ou amarrar o cós de calças às árvores. O corte da casca é feito de diferentes formas, às vezes até ferindo o lenho, durante a floração e por ocasião da lua cheia.

Outro mito refere-se ao uso do cipó-de-tracuá (Philodendron megalophyllum) para dar uma ‘surra’ no bacurizeiro. Depois dessa prática, o cipó deve ser amarrado em seu tronco, a uma altura equivalente à do peito da pessoa que o usou na ‘surra’. Essa crendice, porém, tem opositores. Muitos agricultores dizem que a prática faz com que o bacurizeiro “fique com raiva” e, em represália, desprenda frutos tanto maduros quanto imaturos. A queda de frutos imaturos representaria, para os agricultores, um “castigo dos deuses” aos que surram a árvore. Acredita-se que essa crendice, como tantas outras, tem origem no acaso: ao passar por um bacurizeiro carregado de frutos, alguém teria batido no tronco com um cipó, amarrando-o depois no tronco da árvore, e algum tempo depois ventos fortes teriam provocado a queda de grande quantidade de frutos, inclusive imaturos e verdes, levando à associação entre a “surra” com o cipó-de-tracuá e as perdas.

O exotismo das práticas chega ao ponto de recomendar, para que a safra seguinte seja abundante, a simulação de uma relação sexual com o bacurizeiro, entendido como uma fêmea. Nesse caso, o órgão sexual masculino é representado por algum objeto que lembre o falo, como uma mão de pilão. Durante esse ‘ato sexual’, que segundo a crendice  deve ser praticado na lua nova, a pessoa deve repetir diversas vezes a expressão “segura teu fruto”.

Existe ainda a prática de jogar areia ou cinza em volta dos bacurizeiros durante a lua cheia. A areia não tem propriedades capazes de interferir na produtividade dos bacurizeiros, mas a adição de cinzas pode contribuir para o aumento de produção porque esse material contém macro e micronutrientes essenciais às plantas. Outra ‘simpatia’ é a de, por ocasião da lua cheia, em qualquer mês, juntar folhas dos bacurizeiros, pôr fogo e jogar areia para simbolizar a quantidade de frutas. Essa crendice é praticada também com outras espécies frutíferas. Apesar da riqueza cultural que representam, todas essas lendas e crendices sobre o bacuri precisam ser desmistificadas pela pesquisa científica.

Os desafios do bacuri

Para obter a polpa, os agricultores partem a casca com um porrete. Retirada a casca, encontram os ‘filhotes’ ou ‘línguas’, como chamam a porção da polpa não aderida às sementes, e as ‘mães’, nome dado à polpa que envolve as sementes (‘caroços’). As sementes devem ser separadas cuidadosamente, com o uso de tesouras, porque qualquer ferimento no caroço libera uma resina que mancha a polpa. Por isso, os produtores de bacuri não utilizam as máquinas despolpadoras existentes no mercado, mas esse problema poderia ser evitado com o desenvolvimento de um equipamento específico para extração da polpa dessa fruta.

As comunidades que produzem o bacuri também precisam ser conscientizadas sobre práticas equivocadas de coleta fortuita. Os agricultores provocam a queda de frutos subindo nos bacurizeiros e sacudindo os galhos, mesmo à noite. Em geral, isso acontece no início da safra, quando os preços estão elevados. Essa prática leva à queda de frutos maduros e semimaduros, mas também de frutos ainda em fase de crescimento, que são abandonados no chão, causando a perda de 5% a 10% da safra, segundo estimativas. Os frutos imaturos são enterrados no chão com sal e carbureto de cálcio (produto usado para induzir floração no abacaxizeiro e em outras plantas), visando ao seu amadurecimento forçado e à venda posterior, prática que engana os consumidores.

Muitas áreas de vegetação onde ocorrem bacurizeiros continuam sendo derrubadas para formar pastagens e culturas agrícolas (soja, feijão caupi, abacaxi e outras), obter lenha para olarias, produzir carvão ou extrair madeira para construção civil. A baixa lucratividade, decorrente da densidade reduzida de bacurizeiros na vegetação nativa, torna a opção de curto prazo mais atraente para os agricultores. Isso pode ser alterado com técnicas de manejo (desbaste dos rebrotamentos espontâneos ou plantio de mudas).

O manejo é simples: a densidade de bacurizeiros deve ser corrigida para 100 a 120 indivíduos/ha, ordenados demodo que formem uma malha quadrangular de 10 m por 10 m. Isso pode ser feito nos rebrotamentos naturais pela seleção de plantas vigorosas distantes 10 m umas das outras, ou por meio do plantio de mudas em áreas com menor densidade da espécie. A formação de pomares manejados de bacuri representa importante alternativa para recuperar mais de 50 mil ha de áreas degradadas nos estados de Pará, Maranhão e Piauí e para recompor áreas de Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP).

Como o bacurizeiro é uma planta de fecundação cruzada, polinizada principalmente por pássaros, a produção dos frutos depende da presença destes. Assim, também é importante um ‘manejo’ da população humana local, para evitar a captura e venda desses pássaros e a destruição das matas próximas, onde vivem, ações que podem causar sérios prejuízos à produção de bacuri.

Um cálculo simples mostra como o bacuri pode trazer grande benefício para a região amazônica. Caso seja possível, por exemplo, adicionar 20 mil ha à atual área de produção, com uma produtividade média de 200 frutos por ano em cada planta, a produção anual aumentaria em 400 milhões de frutos, quantidade que corresponde a cerca de 120 mil toneladas de frutos e 12 a 15 mil toneladas de polpa. Isso implicaria R$ 200 milhões anuais (a preços atuais) de receita extra para a região, sem contar com possíveis aumentos na produtividade por árvore e no percentual de polpa por fruto (decorrentes de técnicas e pesquisas de melhoramento da espécie) e com a agregação de valor pela industrialização. A cultura manejada do bacuri – aproveitando os rebrotamentos ou com plantios racionais – constitui, portanto, uma solução local capaz de gerar renda e emprego, além de contribuir para a redução dos problemas ambientais globais.
 
 
Pesquisa aplicada

O autores são pesquisadores que trabalham diretamente com o bacuri. A. Homma é especialista em extrativismo vegetal na Amazônia e coordena pesquisa sobre manejo de bacurizeiros. J. Carvalho, especialista em fruteiras tropicais, trabalha na domesticação do bacurizeiro, desenvolvendo técnicas pioneiras de formação de mudas e de manejo. A. Menezes, especialista em agricultura familiar, também estuda o manejo de bacurizeiros e atua em programas de treinamento de produtores da fruta.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/271/pdf_aberto/bacuri271.pdf

Erosão costeira

Erosão costeira

A erosão costeira no Nordeste está associada a dois fenômenos com escalas temporais distintas. No curto prazo, a erosão é controlada pelas variações no balanço (acúmulo e retirada) de sedimentos na costa. A retirada de sedimentos depende principalmente do regime de ondas, mas também contribuem para isso a diminuição do volume trazido ao litoral pelos rios e a perda de sedimentos das praias para as dunas costeiras
pela ação dos ventos. No longo prazo, a erosão costeira é controlada pelas variações históricas do nível do mar.

As desembocaduras de rios no mar estão entre as áreas mais afetadas, no curto prazo, por alterações do balanço de sedimentos, composto pela descarga de materiais trazidos pelo rio e, por outro lado, pela ação erosiva de correntes marinhas, marés e ondas. Essa mobilidade natural da foz dos rios é afetada diretamente por alterações de origem humana nas bacias fluviais, como a construção de barragens, e é potencializada, hoje, pelas mudanças climáticas globais. No longo prazo, as alterações devidas às mudanças do nível do mar devem ser preponderantes e podem afetar a região costeira como um todo.

Fotografias aéreas e imagens de satélite, de 1958 a 2001, mostram a variação da desembocadura e do estuário inferior do rio Jaguaribe nesse período. A análise dessas imagens indica que a linha de costa da margem esquerda da foz recuou em média -0,83 m/ano, enquanto na margem direita houve deposição de sedimentos, a uma taxa média de 0,77 m/ano, resultando em erosão média de -0,05 m/ano. Essa tendência erosiva observada na margem esquerda varia ao longo do trecho estudado, devido a fatores como os fluxos d’água (hidrodinâmicos), a natureza das rochas e materiais do solo (geomorfológicos) e atividades humanas. Nessa região, a paisagem costeira está em constante transformação:

  • a foz do rio Jaguaribe é empurrada para leste, provocando erosão na margem esquerda. O fenômeno é comum ao longo do litoral e já afeta áreas urbanizadas.
O movimento das ondas também é um componente importante da erosão costeira. Uma simulação simultânea da magnitude das ondas e do transporte de sedimentos ao longoda costa (devido à inclinação em que as ondas atingem a praia, induzindo um processo chamado de deriva litorânea), serve para identificar as zonas críticas de erosão e em que parte do ano o fenômeno é mais severo. A simulação apontou o trecho do litoral nordestino que apresenta direção sudeste-noroeste (uma pequena parte da costa do Rio Grande do Norte e a maior parte da costa do Ceará) como o mais propenso à erosão no segundo semestre do ano, quando o ângulo em que as ondas incidem na costa é próximo de 45º, gerando maior transporte de sedimentos. Além disso, a intensidade da erosão nessa área é ampliada ainda pela presença, no fundo do mar e perto da costa, de formações rochosas que concentram a energia das ondas sobre o litoral.

As mudanças climáticas globais estão intensificando esse processo de erosão? A resposta depende de um bom conhecimento das taxas de erosão típicas desse trecho do litoral ao longo do tempo. Estudos que abrangem períodos mais longos indicam, para a costa brasileira, uma elevação do nível médio do mar de 4 mm/ano ou 40 cm/século. Esse valor, no entanto, pode apresentar diferenças significativas em alguns locais: no porto de Santos, por exemplo, é de apenas 10 cm/século.

Para o litoral nordeste oriental não há observações em longo prazo do nível médio do mar que apontem uma tendência confiável. Entretanto, considerando as tendências observadas em Recife (50 cm/século) e Belém (40 cm/século), podemos admitir valores entre 40 e 50 cm/século, o que significa uma elevação média anual de 45 mm. Essa subida de 45 cm corresponde a uma retração de 45 m por século da linha de costa (ou seja, uma taxa de erosão de 45 cm/ano).

Além disso, embora os estudos ainda se baseiem em intervalos de tempo mais curtos, observa-se uma tendência de aumento das taxas de erosão. A praia do Icaraí, 20 km ao norte de Fortaleza, é um dos trechos de maior erosão costeira no Ceará. O monitoramento do volume do perfil dessa praia durante cinco anos mostra que, embora este varie bastante nos diferentes meses do estudo, é possívelidentificar uma clara tendência de recuo, nesse caso com perda de volume em torno de 45 m3/ano, o que corresponde atualmente a uma erosão de cerca de 7,8 m/ano.

As mudanças climáticas globais não são a única causa do que ocorre hoje na foz do rio Jaguaribe e no trecho costeiro próximo a ela, mas os três indicadores discutidos sugerem fortemente que essas mudanças vêm contribuindo para potencializar esses efeitos ambientais. Todos os indicadores avaliados apresentam clara intensificação nas últimas décadas. Portanto, é urgente aprimorar os modelos capazes de avaliar e descrever a evolução do cenário ambiental do litoral do Nordeste, com o objetivo de estabelecer programas de adaptação a essas transformações, que permitam minimizar seus impactos sobre a paisagem natural e as populações humanas.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/272/pdf_aberto/mudancasclimaticas272.pdf

Ilhas, praias e manguezais

Ilhas, praias e manguezais

A redução das chuvas na região Nordeste, prevista nos modelos que simulam os efeitos das mudanças climáticas globais sobre climas regionais, tem sido confirmada. Os modelos do IPCC apontam redução de até 20%, por década, do volume anual de chuvas na região. Para o Ceará foi calculada, re centemente, uma redução de 6% por década, com base na pluviosidade anual entre 1965 e 2003. Dados do volume anual de chuvas em duas estações de medição da bacia do rio Jaguaribe (figura 3), onde o projeto do INCT-TMCOcean (transporte de materiais entre continente e oceano) e a UFC mantêm programas de longo prazo para monitorar alterações desse rio e do litoral junto à sua foz, mostram essa redução. A bacia do rio Jaguaribe é a maior do semiárido, com mais de 75 mil km2, e ocupa mais da metade do território do Ceará.

Além da queda suave, mas consistente, do volume anual, os registros revelam ainda uma redução praticamente total das chuvas no auge da estação seca, o que diminui drasticamente a disponibilidade de água para as atividades humanas na bacia e sugere a necessidade da construção de barragens e açudes para acumular a água. A combinação da queda na quantidade de chuvas e da construção de barragens terá importantes efeitos na vazão da bacia do rio Jaguaribe.

A vazão dos rios do semiárido depende do volume de chuvas, mas na região os açudes são o principal controlador dessa vazão. A construção, a partir das décadas de 1970 e 1980, dos principais reservatórios da bacia permitiu regularizar a vazão desses rios ao longo de todo o ano, mas a diminuição das chuvas tem resultado em vazões cada vez mais baixas, embora constantes. A vazão na bacia do Jaguaribe é regulada hoje pela operação de 87 açudes públicos, entre eles Orós e Castanhão, ambos de grande porte, mas existem em toda essa bacia milhares de outros reservatórios.

O principal resultado da construção das barragens é a regularização da vazão dos rios, com a redução significati-va dos valores máximos de descarga fluvial típicos da estação chuvosa. O papel dominante das barragens em rios do semiárido fica claro quando se constata que apenas em 2008 e 2009, quando ocorreram chuvas muito intensas, os picos máximos de vazão do rio Jaguaribe atingiram os níveis registrados nos anos 1970 e 1980, antes da construção de grande número de açudes médios na bacia desse rio. Isso só aconteceu porque a forte concentração de chuvas, em um tempo curto, nos dois últimos anos, exigiu a abertura das comportas do açude Castanhão (o maior da região, concluído em 2006 e capaz de armazenar 6,7 bilhões de m3 de água) para evitar danos à barragem.

Apesar desses picos mais altos em 2008 e 2009, a vazão média do rio mostra redução ao longo das últimas décadas.

Em um cenário de mudanças climáticas globais que levem a uma diminuição da quantidade anual de chuvas, essa tendência deve ser muito agravada. Quais as consequências dessa mudança na vazão e quais indicadores podem ser usados para avaliar sua dimensão?

As fortes vazões na estação chuvosa retiram e transportam os sedimentos depositados durante a longa estação seca na parte inferior das bacias fluviais e em seus estuários, o que forma bancos de areia e ilhas fluviais e alarga as praias e as margens de ilhas. Um exemplo é a evolução da área de uma ilha fluvial próxima ao estuário do rio Jaguaribe nos últimos 20 anos (figura 4). O progressivo aumento da área da ilha acelerou-se nos últimos 10 anos, atingindo cerca de 25 hectares em duas décadas, como resultado direto da acumulação de sedimentos nessa porção do rio. A nova margem da ilha é rapidamente colonizada por manguezais, o que dificultará sua erosão mesmo durante eventuais períodos de elevada vazão. O aumento dos manguezais também ocorreu em outro estuário cearense, na Área de Proteção Ambiental do rio Pacoti (figura 5). Mapas colorizados a partir de imagens de satélite, de 1958 e 2004, revelam que a área total de mangues dobrou nesse período, principalmente pela colonização de ilhas formadas e praias alargadas.

Além das alterações nas descargas fluviais, que ampliam as áreas colonizáveis por manguezais, as mudanças nos  padrões de chuvas – em particular a redução na estação seca – também facilitam o crescimento desse tipo de vegetação, aumentando a extensão da intrusão, rio acima, da água do mar. Essa intrusão reduz, ou mesmo elimina, a competição entre as árvores do mangue e as plantas terrestres, que não suportam salinidade e que normalmente colonizariam agressivamente a margem dos rios, impedindo o estabelecimento de manguezais.

Ao longo da parcela mais ao norte do litoral nordestino (do Rio Grande do Norte ao Maranhão), tem corrido expansão generalizada de manguezais (ver ‘Manguezais do Nordeste e mudanças ambientais’, em CH nº 229). Mapeamento feito pelo grupo da UFC em 21 estuários dessa área, comparando mapas digitalizados de imagens de satélite obtidas entre 1990 e 2004, constatou ampliação das áreas de mangue em 11 desses estuários, com aumento de cerca de 15% na extensão total dessa vegetação. Três estuários não mostraram alterações na área de mangues, e a redução desta, em outros sete, deveu-se ao desmatamento promovido por atividades humanas, em especial a instalação de fazendas de produção do camarão, sugerindo que o aumento geral seria maior que o observado.

Os aumentos de manguezais ocorreram em estuários tanto de rios com represas e açudes quanto naqueles sem essas alterações humanas, sugerindo que a mudança climática global é o fator mais importante para essa expansão, e que os efeitos dessas mudanças são potencializados pela ação humana sobre as bacias de drenagem.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/272/pdf_aberto/mudancasclimaticas272.pdf

Deslocamento de dunas

Deslocamento de dunas


No litoral do Nordeste, o ano apresenta duas estações climáticas bem definidas. O período chuvoso, marcado por ventos pouco intensos e baixa taxa de evaporação, atinge seu máximo entre março e abril, quando a zona de convergência intertropical (faixa chuvosa que se expande sobre o oceano Atlântico) está em sua posição mais ao sul. O período seco, com taxa de evaporação e velocidade do vento elevadas, tem seu máximo entre setembro e outu bro, quando a zona de convergência atinge sua posição mais ao norte. O volume de chuvas e a velocidade dos ventos são os fatores que mais influenciam o deslocamento das dunas no litoral do semiárido.

A duna desloca-se no período seco, quando há ventos fortes e umidade baixa, o que facilita o transporte da areia.

Na época chuvosa, com alta umidade, o movimento diminui ou até cessa. Nessa estação, o lençol freático aproxima-se da superfície, favorecendo o estabelecimento de uma vegetação típica na área traseira da duna. Quando a duna volta a se deslocar, na época seca, deixa para trás a marca de sua loca-lização na estação anterior: uma linha de vegetação. Estudos revelaram que a formação das linhas residuais e seu espaçamento a cada ano dependem da subida e descida do lençol freático. Infelizmente, alterações posteriores – a ação do vento e da água e o crescimento de outras plantas – podem, com o tempo, deformar as linhas residuais, encurtando a ‘validade’ desse indicador para poucas dezenas de anos. Isso impede seu uso para estudos sobre o clima local em tempos mais antigos, mas ainda permite que seja empregado para avaliar variações climáticas recentes.

Por exemplo, sabe-se há algum tempo que, após períodos do fenômeno El Niño (aumento da temperatura das águas do oceano Pacífico na costa da América do Sul), cai o volume de chuvas na região do oceano Atlântico equatorial.

Quanto mais intenso o El Niño, maior a redução pluviométrica. Por isso, testamos se nosso indicador ‘deslocamento de dunas’ respondia da mesma forma. Como previsto, quanto mais forte o El Niño, maior a distância entre linhas consecutivas deixadas pelas dunas.


DESCOBRIMENTO DO BRASIL OFICIAL -PORTAL DO PROFESSOR MEC

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

1º 2º e 3º LEIS DE NEWTON

Primeira lei de Newton: lei da inércia

Um carro está parado. Se não houver motivo para que ele se movimente,ele vai se movimentar? É óbvio que não!

Se um carro está se movimentando e não há motivo para que ele pare, ele vai parar? É óbvio que não!

Essa é a primeira lei de Newton. De alguma forma já sabíamos essas respostas, mas foi Newton quem enunciou essas situações em forma de lei da natureza.

Se entendermos “motivo” como uma força, enunciamos formalmente a lei como:

  • Lei da Inércia

Se a soma das forças que agem sobre um corpo for nula, ele manterá seu estado de movimento:

  • se o corpo estiver em repouso, permanecerá em repouso;

  • se estiver em movimento, sua velocidade será constante, ou seja, manterá um movimento retilíneo uniforme.

  • Inércia é uma propriedade dos corpos. Todo corpo que não tem motivo para alterar seu estado de movimento, não vai alterá-lo.
 
Segunda lei de Newton: lei da força

É muito mais fácil empurrar um Fusquinha do que um caminhão. Assim como é muito mais fácil parar o Fusca do que o caminhão, se ambos tiverem a mesma velocidade. Isso é óbvio!

É sobre isso que a segunda lei de Newton trata: qual é a relação entre o movimento dos objetos e a força aplicada sobre eles.

Newton desenvolveu uma expressão matemática para descrever essa relação. Essa expressão matemática pode nos fazer compreender melhor as coisas que acontecem no nosso dia-a-dia. Por exemplo: um carrinho de mão vazio é muito mais fácil de carregar do que um carrinho de mão cheio de terra. Ou, ainda, o ônibus com poucos passageiros sobe com muito mais facilidade uma ladeira do que quando está lotado. Em compensação, quando o motor do ônibus pifa, é melhor que a lotação esteja completa, pois será mais fácil empurrar um ônibus com a ajuda de muitas pessoas do que com a de pouca gente!
 
 
 
Terceira lei de Newton: ação e reação

Ou: quem empurra quem?

Podemos tocar numa parede sem que ela toque na gente? É óbvio que não!

Podemos empurrar um móvel (ou qualquer outra coisa), sem que ele nos empurre? É óbvio que não!

Essa pergunta pode ser feita também da seguinte forma: podemos fazer força sobre um objeto sem que esse faça força sobre nós? A resposta é não. Quando fazemos força sobre alguma coisa, essa coisa também faz força sobre nós.

Observação

Não é necessário que um corpo toque em outro para realizar uma força sobre aquele. Por exemplo, um ímã não precisa tocar em outro para atraí-lo, assim como a Terra nos atrai, mesmo quando não tocamos no chão; basta que pulemos para experimentar esse fato. Chamamos esse fenômeno de “interação à distância”, enquanto que as forças que necessitam de contato para serem transmitidas, chamamos de “forças de interação por contato”.

Eu tenho a força! Será?

Eu tenho a força! Será?

Várias vezes vemos na televisão alguém gritando “Eu tenho a força” e, então, começa uma verdadeira pancadaria! Logo o super-herói sai do meio da confusão tirando pó do ombro, como se nada tivesse acontecido. De vez em quando, vemos também quedas-de-braço entre duas pessoas que ficam com os rostos vermelhos de tanto esforço, até que um deles vence a peleja!

Muitos são os exemplos nos quais vemos o conceito de força sendo utilizada. Você já deve ter visto exemplos que discutiam o conceito de força na Física, como podemos medir e operar com os vetores que representam as forças, por exemplo, a soma, a subtração e a decomposição de forças para compreender várias experiências do nosso dia-a-dia.

Vamos estudar aqui as leis de Newton, que são as leis que explicam os movimentos, ou seja, qual é a razão para que um objeto se movimente ou não.

O criador do conceito de força, Isaac Newton, estava preocupado em compreender as causas do movimento - ele se perguntava qual era o motivo para um corpo se movimentar.

Por exemplo, ele respondeu uma pergunta que raramente nos fazemos:

Quando jogamos uma pedra para longe, ela começa a se movimentar devido ao impulso dado pela mão. Mas, por que continua a se movimentar depois de estar solta, fora da mão?

Na Grécia antiga, essa pergunta foi respondida da seguinte forma: a natureza não gosta do vácuo. Então, quando a pedra sai de nossas mãos, deixa vazio o lugar onde estava, o ar que estava na frente da pedra vai para trás dela, ocupa o lugar vazio e ao mesmo tempo, vai empurrando a pedra para frente.

Essa solução foi dada numa época em que não se acreditava que podia existir o vácuo, ou seja, a ausência de ar. Hoje sabemos que existe e é possível fazer vácuo. Um exemplo é a embalagem do café a vácuo, vendida no supermercado.

Na Lua, os astronautas arremessaram pedras, e nenhuma delas teve problema para continuar seu trajeto, apesar de não haver atmosfera no nosso satélite!

Newton enunciou três leis. Elas explicam o movimento da pedra e por que os objetos se movimentam.

Eu tenho a força! Será?


  • O cientista inglês Isaac Newton (1642-1727) dedicou-se ao ensino universitário e ao estudo da Física, da Matemática, da Alquimia, da Teologia e, na fase final de sua vida, à Política

BILHETE DE SHERLOCK HOLMES PARA SEU ASISTENTE

BILHETE DE SHERLOCK HOLMES PARA SEU ASISTENTE

Quando cheguei aqui, percebi que a bola branca tinha sido movida. Ontem eu tinha feito uma marca de giz num dos cantos da tabela, perto de uma das caçapas. Eu medi, então, 80 centímetros sobre a lateral maior da mesa. Depois, medi 67 centímetros até a bola.
Eu tinha dado ordens expressas para que nada fosse tocado, pois a bola branca deveria estar com as impressões digitais do criminoso. Eu fechei tudo antes de sair!
Hoje, quando cheguei aqui, a situação tinha mudado. As novas medidas eram, na mesma ordem, 68 cm e 79 cm. Alguém esteve aqui! A bola não pode ter se deslocado sozinha!  Discutiremos depois.

Abraços, Sherlock




A Cinemática é o estudo dos movimentos. Mas ela não vai muito a fundo. Se estivermos interessados em descrever apenas como um determinado objeto está se movendo, estaremos trabalhando dentro da Cinemática. É nesse campo que vamos estudar a velocidade dos objetos, sua aceleração, fazer previsões sobre onde poderá ser localizado um objeto que está se movendo com determinadas características e assim por diante. Porém, se quisermos conhecer as causas, ou seja, por que um objeto está se movendo de uma certa maneira, já estaremos em um outro campo da Mecânica: a Dinâmica.

Para saber como se movem os objetos e fazer previsões a respeito de seu movimento precisamos, inicialmente, localizá-los, isto é, saber onde eles estão.
 
Localizando os objetos Estádio cheio! O goleiro bate o tiro de meta, tentando jogar a bola fora de campo para ganhar tempo. A torcida vaia! Um torcedor tira uma foto do lance e, mais tarde, mostrando a foto, tenta explicar a situação para o filho: “A bola estava a 15 m da bandeirinha, do lado esquerdo do nosso goleiro, a 6 m de distância da lateral esquerda e a 3 m de altura”. Aparentemente, a bola estava localizada. A foto ajudou muito! Na realidade, ele deveria dizer que os 15 m foram medidos sobre a lateral esquerda e, não, entrando 15 m pelo campo e, assim por diante. Um fato importante é que, para localizarmos um objeto que se movimenta no espaço, como o caso da bola, precisamos fornecer três distâncias.

Além disso, é necessário explicar como foram feitas as medidas, e a partir de que ponto. No exemplo, o ponto em questão era uma das bandeirinhas que limitam o campo.
 
Todavia, os objetos em seu movimento, às vezes podem ser localizados de  maneira mais fácil. É o caso, por exemplo, das bolas de bilhar que, em geral, andam apenas sobre uma superfície plana.

Grandezas, padrões e unidades

Grandezas, padrões e unidades


Nem tudo pode ser medido. Como medir a preguiça de uma pessoa ou o amor que ela sente por outra? Seria possível criar um “amorômetro”? Para os físicos isso é impossível, preguiça e amor não são grandezas físicas. Não dá para dizer que alguém tem 300 de preguiça e 689,5 de amor. Esses números não significam nada porque não existe um padrão para essas grandezas. Grandeza física é alguma coisa que pode ser medida, isto é, que pode ser representada por um número e uma unidade.

Veja alguns exemplos:

- A distância da bola à barreira deve ser de 10 jardas ou 9,15 metros.

- A bola deve ter entre 400 gramas e 500 gramas.

- O tempo de uma partida é de 90 minutos.

No primeiro exemplo, a grandeza física é o comprimento e a unidade é a jarda ou o metro. No segundo, a grandeza física é a massa, a unidade é o grama, um submúltiplo da unidade quilograma. No terceiro exemplo, a grandeza física é o tempo, a unidade é o minuto, um múltiplo da unidade segundo.

Nesses exemplos estão três grandezas fundamentais: comprimento, massa e tempo. A partir dessas grandezas fundamentais, pode-se definir outras grandezas que, por isso, chamam-se grandezas derivadas. São exemplos de grandezas derivadas a área de uma superfície, o volume e a densidade de um corpo, a velocidade e aceleração de um automóvel, a força exercida por um motor e muitas outras.

Veja alguns exemplos práticos onde aparecem grandezas (*) derivadas e suas unidades:

- Um terreno retangular tem 8 metros de frente por 25 metros de fundo. A sua área (A) é: A = 8 m · 25 m = 200 m2 ou 200 metros quadrados, que é uma unidade de área.

(*) Essas grandezas foram colocadas aqui apenas para servir de exemplo. Elas serão estudadas mais adiante no curso.
 
- Uma lata de óleo de 900 cm3 (centímetros cúbicos) contém 720 g (gramas) de óleo. A densidade (d)* desse óleo é: d = 720 g ÷ 900 cm3 = 0,8 g/cm3 ou 0,8 gramas por centímetro cúbico, que é uma unidade de densidade.

- Um carro percorre 120 km (quilômetros) em 2 h (horas). A sua velocidade média (vm)* é: vm = 120 km ÷ 2 h = 60 km/h ou 60 quilômetros por hora, que é uma unidade de velocidade.

Todas essas unidades são derivadas. O metro quadrado deriva do metro, o grama por centímetro cúbico deriva do quilograma e do metro, o quilômetro por hora deriva do metro e do segundo.

Até há algum tempo, não havia ainda um conjunto de unidades fundamentais que fosse reconhecido e adotado em todo mundo (é por isso que no futebol, inventado pelos ingleses, as distâncias costumam ser medidas em jardas). A partir de 1948, esse conjunto começou a ser estabelecido e, em 1960, recebeu o nome de Sistema Internacional de Unidades (SI). Atualmente, só os Estados Unidos ainda não adotam o SI, mas passarão a utilizá-lo em breve.

ÁCIDOS

Ácido clorídrico


O composto químico ácido clorídrico é uma solução aquosa, altamente ácida, de cloreto de hidrogênio (HCl). É extremamente corrosivo e deve ser manuseado apenas com as devidas precauções. O ácido clorídrico é normalmente utilizado como reagente químico, e é um dos ácidos fortes que se ioniza completamente em solução aquosa.

O ácido clorídrico foi descoberto pela primeira vez em torno do ano 800 pelo alquimista persa Jabir Ibn Hayyan (Geber), misturando sal comum com ácido sulfúrico (vitríolo).


Pelo fato de ser obtido do sal comum era conhecido entre os alquimistas europeus como "espírito do sal" ou "ácido do sal". No estado gasoso era chamado de "ar ácido marinho". O antigo ácido muriático teve a mesma origem ("muriático" significa "pertencente a salmoura ou a sal"). O ácido clorídrico, na forma impura, ainda é vendido sob essa designação para a remoção de manchas resultantes da umidade em pisos e paredes de pedras, azulejos, tijolos e outros.


"Aqua regia" (água regia) é um nome antigo que designa a mistura de ácido clorídrico e ácido nítrico, mistura esta capaz de dissolver metais nobres, como o Ouro (Au).

Os sucos digestivos humanos consistem numa mistura de ácido clorídrico e várias enzimas que ajudam a partir as proteínas presentes na comida.


A temperatura ambiente, o cloreto de hidrogênio é um gás incolor a ligeiramente amarelado, corrosivo, não inflamável, mais pesado que o ar e de odor fortemente irritante. Quando exposto ao ar, o cloreto de hidrogênio forma vapores corrosivos de coloração branca. O cloreto de hidrogênio pode ser liberado pelos vulcões.

O cloreto de hidrogênio tem numerosos usos: se usa, por exemplo, para limpar, tratar e galvanizar metais, curtir couros , e na produção e refinação de uma grande variedade de produtos. O cloreto de hidrogênio pode formar-se durante a queima de muitos plásticos. Quando entra em contato com a umidade do ar forma o ácido clorídrico.

O ácido clorídrico é produzido atualmente pela reação do gás cloro com gás hidrogênio produzindo o gás cloreto de hidrogênio.

O cloreto de hidrogênio puro obtido é dissolvido em água produzindo o ácido clorídrico.


Efeitos nocivos


O cloreto de hidrogênio é irritante e corrosivo para qualquer tecido com que tenha contato. A exposição a níveis baixos produzem irritação na garganta e nariz. Em níveis mais elevados pode levar até ao estreitamento dos bronquíolos, acumulando líquidos nos pulmões, podendo levar a morte.


Dependendo da concentração, o cloreto de hidrogênio pode produzir desde uma leve irritação até queimaduras graves na pele e olhos.

Ácido nítrico


O ácido nítrico, de fórmula molecular HNO3, é um ácido de elevado grau de ionização e volátil à temperatura ambiente.

Entre os sais do ácido nítrico estão incluídos importantes compostos como o nitrato de potássio (nitro ou salitre empregado na fabricação de pólvora) e o nitrato de amônio como fertilizante.

O ácido nítrico também pode ser utilizado na obtenção de um éster, em um processo chamado de esterificação,

Os alquimistas chamavam de aqua fortis o ácido nítrico e aqua regia a mistura de ácido nítrico e clorídrico, conhecida pela sua capacidade de dissolver o ouro.

Ácido sulfúrico

Ácido sulfúrico é uma substância química cuja fórmula é H2SO4. Em temperatura ambiente apresenta-se em forma líquida incolor e possui grande viscosidade. Possui propriedades altamente corrosivas (principalmente quando em contato com a pele). Também é conhecido popularmente como vitríolo.

Tem seu ponto de fusão em 10,36 graus celsius e ponto de ebulição em 340 graus celsius. Ao misturar com água libera uma quantidade considerável de calor. Nunca derramar água sobre o ácido, o que pode causar acidentes devido à avidez deste último pela água, o que o faz espirrar, as vezes violentamente, podendo atingir os olhos. Se for preciso diluir o ácido, derrame-o lenta e cuidadosamente sobre a água.

 
Ao reagir com metais dá origem aos sulfatos, por exemplo, a reação de H2SO4 com Fe resulta em So4Fe (sulfato de ferro), liberando H2 (Hidrogênio).

 Hidróxido de sódio

O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é um uma substância usada na indústria (principalmente como uma base química) na fabricação de papel, tecidos e detergentes.

O hidróxido de sódio se apresenta ocasionalmente como uso doméstico para a desobstrução de encanamentos e sumidouros pois é altamente corrosivo, podendo produzir queimaduras, cicatrizes, e cegueira devido a sua elevada reatividade


Quando o hidróxido de sódio reage com a água, aquecido suficientemente pode produzir chamas, sendo altamente recomendável possuir um extintor adequado quando trabalhar com este produto.

O hidróxido de sódio é produzido por eletrólise de uma solução aquosa de cloreto de sódio. É um subproduto deste processo que é utilizado para a obtenção do cloro.



ÁCIDOS - BASES - ÓXIDOS

SAIS

Os sais são substâncias muito presentes no nosso dia a dia. O sal mais comum é o sal que usamos na preparação de alimentos, o cloreto de sódio (NaCl). Além dele podemos citar: o cloreto de potássio (KCl), componente de adubos e fonte de potássio para as plantas; carbonato de sódio (Na2CO3), empregado na fabricação do vidro; e o sulfato de alumínio (Hl2(SO4)3), utilizado no tratamento de água.


ÁCIDO

Entre as mais comuns no nosso dia a dia estão o ácido acético (presente na composição do vinagre), o ácido cítrico (que existe nas frutas cítricas, como limão e laranja), o ácido láctico (que existe no iogurte) e o ácido acetilsalicílico (princípio ativo da aspirina).

Essas substâncias apresentam pelo menos uma característica comum: o sabor azedo. Mas não se deve usar o paladar para classificar substâncias desconhecidas. Esse é um procedimento que jamais deve ser adotado em laboratório, pois é muito perigoso: muitas das substâncias contidas nos frascos são tóxicas e podem causar a morte;outras podem provocar queimaduras graves e outros danos irreparáveis à saúde.

Essa é mais uma característica dos ácidos: em geral, são substâncias tóxicas e corrosivas. Outra característica dos ácidos é a condução de corrente elétrica quando em solução aquosa, propriedade que também caracteriza os sais.



Identificação prática dos ácidos

No laboratório, para identificar um ácido podemos, por exemplo, usar indicadores, que são substâncias específicas cuja coloração é alterada em presença de substanciais ácidas.

Na verdade, a denominação mais apropriada é indicador ácido-base, porque, além de indicarem a presença de ácidos, servem para a indicação de base.

Principais ácidos e suas aplicações

Vejamos alguns ácidos muito comuns no dia a dia, seja por utilização, seja por sua importância comercial.

Ácido clorídrico (HCl). É comercializado com o nome de ácido muriático e utilizado, principalmente, na limpeza de pisos e de superfícies metálicas antes de uma soldagem. Também está presente no estômago,sendo responsável pela acidez do suco gástrico.

Ácido sulfúrico (H2SO4) Entra na produção de diversas substâncias, como corantes, tintas, explosivos, papel; também é usado na industria de fertilizantes agrícolas para produção de adubos. O líquido de bateria de automóveis é uma solução aquosa desse ácido.

Ácido nítrico (HNO3). É usado na fabricação de explosivos, como o trinitrotolueno (TNT) e a nitroglicerina (dinamite); e na industria de fertilizantes agrícolas como matéria-prima para a fabricação dos nitratos de amônio e de cálcio.

Ácido cianídrico (HCN). Utilizado em indústrias diversas, como as de plástico, de acrílico e de corantes. Altamente letal, foi o gás utilizado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial nas câmaras de gás dos campos de concentração.

Ácido fosfórico (H3PO4). É usado na fabricação de tinturas, na industria de alimentos, de vidro e de fertilizantes agrícolas (na produção de superfosfatos)


BASES

Elas se caracterizam por apresentar gosto adstringente (como o de bananas verdes) ou cáustico (como o de substâncias corrosivas). Como os sais e os ácidos, as bases ou hidróxidos conduzem corrente elétrica quando dissolvidas em água.


 
Identificação prática das bases



Também podemos identificar bases em laboratório com os indicadores ácido-base. Quando o meio é básico o papel de tornassol vermelho adquire coloração azul e o papel azul permanece azul.

Outro indicador ácido-base muito utilizado em laboratório é a fenolftaleína. Essa substância se apresenta como um pó branco insolúvel em água, mas solúvel em álcool. A solução alcoólica de fenolftaleina, incolor em meio ácido, torna-se vermelha ou rosada em meio basco.



Principais bases e sua aplicações



Hidróxido de sódio (NaOH). Conhecida também como soda cáustica, essa substância tem diversas utilizações: na fabricação de sabão, de detergentes e de produtos para desentupir pias e ralos; na fabricação de celofane e da fibra raiom; no processo de extração de celulose na indústria de papel; etc.



Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2). A suspensão aquosa dessa base é comercializada com o nome de leite de magnésia e utilizada como laxante e antiácido. Entretanto, é recomendável que o consumo desse produto e de qualquer outro medicamento seja feito com orientação médica, pois podem surgir efeitos colaterais.



Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2). Conhecida como cal hidratada ou cal extinta, essa substância é usada na construção civil, na preparação de argamassa (areia, cal e cimento) e na caiação (pintura a cal). As indústrias açucareiras também a utilizam na purificação do açúcar comum.



ÓXIDOS



Os óxidos são muito abundantes em nosso planeta e podem ser encontrados naturalmente em todos os ambientes: nas rochas que formam a crosta terrestre, na água dos rios e mares e no ar atmosférico. Eles são fonte de matéria-prima para muitas atividades humanas.

Em geral, os materiais utilizados na construção de uma casa são os tijolos, a areia, a cal, o cimento, o vidro o ferro, o alumínio e a água. Esses materiais apresentam outros aspectos comuns: são extraídos diretamente da natureza e de sua constituição original participa de algum tipo de óxido.

Metais como o ferro e o alumínio, utilizados na fabricação de esquadrias para portas e janelas, são obtidos de minérios constituídos principalmente por óxidos metálicos. O componente principal da bauxita (minério de alumínio) é o óxido de alumínio (Al2O3); O da hematita (minério de ferro) é o óxido de ferroIII (Fe2O3)

APRENDA A APRESENTAR UM SEMINÁRIO

Fases para exposição de seminário


1- Uma fase de abertura:

Momento que o expositor toma contato com o público. Ex: “Bom dia pessoal! Gostaria de apresentar a vocês os componentes do meu grupo: Fulano, Ciclano...”

2- Uma fase de introdução ao tema:

Momento de entrada no discurso. Etapa de apresentação, de delimitação do assunto. Esse contato visa mobilizar a atenção, despertar a curiosidade do público. Ex: “Gostaríamos de falar sobre...” “O assunto da nossa exposição será...”

3- Apresentação do plano da exposição:

Essa fase cumpre a função de tornar explícita ao público, as operações do planejamento em jogo. Ex: “Falaremos primeiramente sobre... Depois, daremos alguns exemplos, para, em seguida, abordarmos os seguintes aspectos...” “Nosso seminário está dividido em três partes. Na primeira, abordaremos... Na segunda, vamos falar sobre... E por último, explicaremos...”

4- O desenvolvimento do assunto:

Fase em que se desenvolve o encadeamento dos temas ou subtemas. É importante que exista: coesão temática (assegura a articulação das diferentes abordagens do assunto), sinalização do texto (distingue as idéias principais das secundárias), introdução de exemplos (explicativos ou ilustrativos) e a reformulação de palavras (esclarecimento de termos considerados difíceis). Ex: “Devemos notar, sobretudo, esses dois aspectos... Em outras palavras, podemos chamar de... E agora, exemplificando...”

5- Fase de recapitulação e síntese

Permite retomar os principais pontos da exposição. Ex: “Em resumo podemos dizer que...” “Para finalizar, faremos uma síntese de tudo o que vimos até aqui...”

6- Conclusão

Transmite a mensagem final, submete aos ouvintes um problema novo, ou ainda pode dar início a um debate, roda de conversa. Ex: “Portanto, gostaríamos de deixar bem claro que...” “Para concluir, queremos deixar a seguinte mensagem...”


7- Encerramento

Etapa simétrica à abertura, comportando geralmente, agradecimentos ao público. Ex: “Gostaríamos de agradecer a atenção de todos...”

O ácido acetilsalicílico

Experimento


O ácido acetilsalicílico

Todas as transformações químicas são imediatas?

O ácido acetilsalicílico é provavelmente o medicamento antitérmico e analgésico mais vendido do mundo todo, com os mais diferentes nomes comerciais. Neste experimento, você estudará algumas das características químicas desse medicamento, com o intuito de ampliar suas idéias sobre transformações químicas.

Material necessário:

• Dois comprimidos de ácido acetilsalicílico ( ou que tenha o ácido acetilsalicílico como o princípio ativo. Não servem comprimidos efervescentes, microrrevestidos ou tamponados);

• Um prego comum de ferro;

• Solução de azul de bromotimol a 0,1% (Kit para determinação de pH da água de aquários);

• Três béqueres de 250 ml ou três copos cumuns transparentes;

• Três tubos de ensaio (podem ser três copinhos de café);

• 500ml de água destilada (encontrada em postos de gasolina e farmácias);

• uma seringa descartável de 5ml sem agulha.

Procedimento

A. Coloque água destilada em cada copo até cerca da metade da capacidade.



B. Acrescente um comprimido de ácido acetilsalicílico em dois dos copos.



C. Coloque o prego em um desses dois copos.



D. Com a seringa, retire 5ml do líquido de um dos copos, transfira para um tubo de ensaio e pingue uma gota de azul de bromotimol. Anote a cor. Faça a mesma coisa com os líquidos dos outros dois copos. Ao final dos testes, descarte o conteúdo dos tubos e lave-os bem.



E. Deixe o conteúdo dos copos em repouso por uma semana ou até observar modificação em algum deles.



Responda

1. O teste com azul de bromotimol revelou alguma diferença entre os três líquidos?


2. Visualmente pode-se concluir que houve transformação química em todos os corpos, em dois deles, em apenas um ou em nenhum deles? Justifique.


3. Repita o procedimento D (teste com azul de bromotimol). Anote suas observações.

4. Com base no teste com azul de bromotimol, pode-se afirmar que houve transformação química entre o ácido acetilsalicílico e a água? E no frasco que continha água, ácido acetilsalicílico e o prego?


5. Por que op copo contendo apenas água destilada foi utilizado no experimento?

Provocar uma reação química e observar alguma evidência de que ela ocorreu

Reação Química



Objetivo: Provocar uma reação química e observar alguma evidência de que ela ocorreu.

Material:

• dois copos grandes

• vinagre

• colher de sopa

• bicarbonato de sódio



Procedimento:



1. Faça o experimento sobre um local que possa facilmente ser limpo. Coloque uma colherada de bicarbonato de sódio em um dos copos. No outro, coloque vinagre até cerca de 2cm de altura.

2. Observe atentamente cada um desses materiais e descreva no seu caderno o aspecto deles.

3. Despeje o vinagre no copo que contém o bicarbonato de sódio. Observe o que acontece e anote.

4. Volte a observar o copo após 15 minutos e verifique o aspecto do que se vê dentro do copo.

5. Proponha uma explicação sobre o que você observou.

Reação química de decomposição

Reação química de decomposição



Material:


• Batata crua

• Faca de ponta arredondada

• Copo limpo

• Pires

• Água oxigenada a 10 volumes



Procedimento:



1. Coloque água oxigenada no copo até 1cm de altura. Observe o aspecto dela e descreva-o abaixo.



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2. Corte duas ou três rodelas da batata crua (elas devem ser cortadas no instante de fazer o experimento) e coloque-as sobre o pires.

3. Despeje um pouco da água oxigenada sobre as rodelas e observe. Relate abaixo e explique o que ocorreu.



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Ácidos


Ácido clorídrico



O composto químico ácido clorídrico é uma solução aquosa, altamente ácida, de cloreto de hidrogênio (HCl). É extremamente corrosivo e deve ser manuseado apenas com as devidas precauções. O ácido clorídrico é normalmente utilizado como reagente químico, e é um dos ácidos fortes que se ioniza completamente em solução aquosa.

O ácido clorídrico foi descoberto pela primeira vez em torno do ano 800 pelo alquimista persa Jabir Ibn Hayyan (Geber), misturando sal comum com ácido sulfúrico (vitríolo).



Pelo fato de ser obtido do sal comum era conhecido entre os alquimistas europeus como "espírito do sal" ou "ácido do sal". No estado gasoso era chamado de "ar ácido marinho". O antigo ácido muriático teve a mesma origem ("muriático" significa "pertencente a salmoura ou a sal"). O ácido clorídrico, na forma impura, ainda é vendido sob essa designação para a remoção de manchas resultantes da umidade em pisos e paredes de pedras, azulejos, tijolos e outros.



"Aqua regia" (água regia) é um nome antigo que designa a mistura de ácido clorídrico e ácido nítrico, mistura esta capaz de dissolver metais nobres, como o Ouro (Au).



Os sucos digestivos humanos consistem numa mistura de ácido clorídrico e várias enzimas que ajudam a partir as proteínas presentes na comida.



A temperatura ambiente, o cloreto de hidrogênio é um gás incolor a ligeiramente amarelado, corrosivo, não inflamável, mais pesado que o ar e de odor fortemente irritante. Quando exposto ao ar, o cloreto de hidrogênio forma vapores corrosivos de coloração branca. O cloreto de hidrogênio pode ser liberado pelos vulcões.



O cloreto de hidrogênio tem numerosos usos: se usa, por exemplo, para limpar, tratar e galvanizar metais, curtir couros , e na produção e refinação de uma grande variedade de produtos. O cloreto de hidrogênio pode formar-se durante a queima de muitos plásticos. Quando entra em contato com a umidade do ar forma o ácido clorídrico.



O ácido clorídrico é produzido atualmente pela reação do gás cloro com gás hidrogênio produzindo o gás cloreto de hidrogênio.



O cloreto de hidrogênio puro obtido é dissolvido em água produzindo o ácido clorídrico.



Efeitos nocivos



O cloreto de hidrogênio é irritante e corrosivo para qualquer tecido com que tenha contato. A exposição a níveis baixos produzem irritação na garganta e nariz. Em níveis mais elevados pode levar até ao estreitamento dos bronquíolos, acumulando líquidos nos pulmões, podendo levar a morte.



Dependendo da concentração, o cloreto de hidrogênio pode produzir desde uma leve irritação até queimaduras graves na pele e olhos.



Ácido nítrico



O ácido nítrico, de fórmula molecular HNO3, é um ácido de elevado grau de ionização e volátil à temperatura ambiente.



Entre os sais do ácido nítrico estão incluídos importantes compostos como o nitrato de potássio (nitro ou salitre empregado na fabricação de pólvora) e o nitrato de amônio como fertilizante.



O ácido nítrico também pode ser utilizado na obtenção de um éster, em um processo chamado de esterificação,



Os alquimistas chamavam de aqua fortis o ácido nítrico e aqua regia a mistura de ácido nítrico e clorídrico, conhecida pela sua capacidade de dissolver o ouro.



Ácido sulfúrico



Ácido sulfúrico é uma substância química cuja fórmula é H2SO4. Em temperatura ambiente apresenta-se em forma líquida incolor e possui grande viscosidade. Possui propriedades altamente corrosivas (principalmente quando em contato com a pele). Também é conhecido popularmente como vitríolo.



Tem seu ponto de fusão em 10,36 graus celsius e ponto de ebulição em 340 graus celsius. Ao misturar com água libera uma quantidade considerável de calor. Nunca derramar água sobre o ácido, o que pode causar acidentes devido à avidez deste último pela água, o que o faz espirrar, as vezes violentamente, podendo atingir os olhos. Se for preciso diluir o ácido, derrame-o lenta e cuidadosamente sobre a água.



Ao reagir com metais dá origem aos sulfatos, por exemplo, a reação de H2SO4 com Fe resulta em So4Fe (sulfato de ferro), liberando H2 (Hidrogênio).



[editar] Hidróxido de sódio

O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é um uma substância usada na indústria (principalmente como uma base química) na fabricação de papel, tecidos e detergentes.



O hidróxido de sódio se apresenta ocasionalmente como uso doméstico para a desobstrução de encanamentos e sumidouros pois é altamente corrosivo, podendo produzir queimaduras, cicatrizes, e cegueira devido a sua elevada reatividade



Quando o hidróxido de sódio reage com a água, aquecido suficientemente pode produzir chamas, sendo altamente recomendável possuir um extintor adequado quando trabalhar com este produto.



O hidróxido de sódio é produzido por eletrólise de uma solução aquosa de cloreto de sódio. É um subproduto deste processo que é utilizado para a obtenção do cloro.



[editar] Óxido de cálcio

Reação química I

Reação química I




INTRODUÇÃO



Há vários séculos o homem convive com uma grande variedade de materiais encontrados na natureza, podendo estes sofrer transformações físicas e/ou químicas. Quando um material sofre uma transformação onde há alteração de seus componentes, dizemos que ele sofreu uma transformação química (reação química). Caso contrário trata-se de uma transformação física.

Em uma transformação química, as substâncias que sofrem transformação são chamadas de reagentes e as que resultam desta transformação são chamadas de produtos.

Em geral podemos reconhecer a ocorrência de uma transformação química através de alterações que podem ocorrer no sistema, tais como, mudança de cor, liberação de gás (efervescência), formação de um sólido (precipitado), aparecimento de chama ou luminosidade e alteração de temperatura. No entanto vale ressaltar que nem sempre podemos afirmar que ocorreu uma reação química baseando nas alterações ocorridas no sistema. Por exemplo, a mistura de água e álcool leva a um aquecimento, porém não se trata de uma reação química e sim de um fenômeno de dissolução exotérmica. Existem transformações químicas em que nada é observado sendo, às vezes, necessário dispor de técnicas mais avançadas para identificá-las.

As reações podem ser classificadas em síntese, decomposição, simples troca ou dupla troca.

Temos reação de síntese quando duas ou mais substâncias reagem formando uma única substância. Como exemplo temos a síntese da amônia (NH3) por meio da reação do nitrogênio (N2) com o hidrogênio (H2):



N2 + 3 H2 → 2 NH3



Quando duas ou mais substâncias são formadas a partir de uma única substância temos uma reação de decomposição. Um exemplo é a transformação da água oxigenada (H2O2 – peróxido de hidrogênio) em água (H2O) e oxigênio (O2):



2 H2O2 → 2 H2O + O2



REAÇÃO DE SÍNTESE E REAÇÃO DE DECOMPOSIÇÃO

OBJETIVO: Estudar reações de síntese e decomposição, identificando-as. QUESTÃO PRÉVIA: Como podemos identificar uma reação de síntese ou decomposição?



MATERIAL E REAGENTES



• pinça de metal

• fósforo

• vidro de relógio

• suporte com pinça de madeira

• tubo de ensaio

• conjunto de mangueira e rolha

• béquer de 100 mL

• espátula de metal (professor)

• lamparina

• frasco dosador para álcool

• fita de magnésio (Mg)

• frasco conta-gotas com água (H2O)

• fenolftaleína

• álcool etílico (CH3CH2OH)

• carbonato de magnésio (MgCO3)

• solução de hidróxido de sódio (NaOH)

• 0,01mol/L





PROCEDIMENTO



Com o auxílio de uma pinça de metal e acima do vidro de relógio, queimar uma fita de magnésio, como mostra a figura ao lado.

Depositar o produto formado sobre o vidro de relógio. Anotar suas observações.



a) Escrever a equação química que representam a reação. Dar os nomes aos compostos envolvidos.

b) A que função química pertence o produto formado?

c) Classificar a reação. Justificar por quê.

Acrescentar 20 gotas de água ao produto do vidro de relógio de modo a formar uma mistura e adicionar 3 gotas de solução de fenolftaleína. Anotar suas observações.

a) Escrever a equação química que representa a reação. Dar os nomes aos compostos envolvidos.

b) Qual o caráter do óxido formado?

c) Classificar a reação. Justificar por quê.



Montar o sistema de acordo com a figura ao lado e colocar 1 espátula cheia de carbonato de magnésio no tubo de ensaio.

No béquer colocar água até 1/3 do seu volume, 4 gotas de solução de hidróxido de sódio e 4 gotas de fenolftaleína.

Mergulhar a extremidade da mangueira no béquer e aquecer o tubo com a lamparina até se observar alteração na solução do béquer.

Anotar o observado.